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Reflexões sobre Propósito de vida

A névoa da manhã pairava sobre o lago, um espelho d’água que refletia um céu indeciso entre o cinza e o azul. Era um daqueles dias em que a alma parece pesar mais, em que a rotina se impõe como uma camisa de força. Sentado à beira do cais, observava as ondulações suaves, cada uma delas um lembrete silencioso do tempo que passava. O que eu estava fazendo com ele? Para onde estava indo? Estas perguntas ecoavam em minha mente, como um mantra incômodo.

Desde criança, fui incentivado a seguir um caminho pré-determinado: bons estudos, uma carreira estável, um casamento, filhos. Cada passo parecia uma peça de um quebra-cabeça que nunca me permitiram montar por completo. Havia sempre uma sensação de incompletude, um vazio que as conquistas materiais não conseguiam preencher. Aos poucos, fui me afastando de meus sonhos, enterrando-os sob camadas de expectativas e obrigações.

Lembro-me de quando queria ser escritor. As palavras jorravam de mim como água de uma fonte, e cada história era uma aventura, uma fuga da realidade monótona. Mas a vida adulta chegou com suas demandas, e a escrita se tornou um luxo, um hobby relegado aos momentos de insônia. Troquei os livros pelas planilhas, a poesia pelos relatórios, a criatividade pela eficiência. E, no meio desse turbilhão, me perdi de mim mesmo.

Um dia, em meio a uma crise existencial particularmente intensa, encontrei um velho diário empoeirado no fundo de uma gaveta. Ao abri-lo, fui inundado por lembranças, sonhos esquecidos, paixões adormecidas. Ali estavam meus primeiros poemas, esboços de contos, reflexões sobre o mundo e sobre mim mesmo. Era como se um pedaço de minha alma, há muito perdido, tivesse retornado para me lembrar quem eu realmente era.

Aquele diário se tornou meu refúgio, meu confessionário, meu espelho. Nele, comecei a revisitar meus sonhos, a questionar minhas escolhas, a resgatar minha essência. Percebi que o propósito de vida não é algo que se encontra em um mapa, mas sim algo que se constrói a cada dia, com cada escolha, com cada ação. Não se trata de seguir um caminho pré-determinado, mas sim de trilhar o próprio caminho, mesmo que ele seja tortuoso e incerto.

O propósito de vida é a chama que nos impulsiona a levantar da cama todas as manhãs, a enfrentar os desafios, a superar os obstáculos. É a força que nos conecta com algo maior do que nós mesmos, que nos dá sentido e direção. E, acima de tudo, é a expressão autêntica de quem somos, a manifestação de nossos talentos, paixões e valores.

Descobri que meu propósito não estava em acumular bens ou em alcançar o sucesso profissional, mas sim em usar minhas palavras para inspirar, confortar, transformar. Decidi, então, resgatar meu sonho de ser escritor, não como uma fuga da realidade, mas como uma forma de me conectar com ela, de dar voz às minhas experiências, de compartilhar minhas reflexões. Comecei a escrever novamente, timidamente no início, com mais confiança a cada dia.

A escrita se tornou minha terapia, minha meditação, minha forma de oração. Através dela, pude me reconectar com minhas emoções, expressar meus sentimentos, curar minhas feridas. Cada palavra era um passo em direção à minha cura, um tijolo na construção de minha nova identidade. E, aos poucos, fui me reencontrando comigo mesmo.

O caminho não foi fácil. Enfrentei medos, inseguranças, críticas. Muitas vezes, me senti tentado a desistir, a voltar para a zona de conforto, a seguir o caminho mais fácil. Mas a chama do meu propósito era mais forte do que qualquer obstáculo. Ela me lembrava constantemente de quem eu era, de onde eu queria chegar, do que eu queria realizar.

E, assim, continuei trilhando meu caminho, um passo de cada vez, com coragem, determinação e fé. Aprendi a confiar em minha intuição, a seguir meu coração, a ouvir minha voz interior. Descobri que a verdadeira felicidade não está em alcançar um objetivo final, mas sim em aproveitar a jornada, em valorizar cada momento, em celebrar cada conquista.

Hoje, olho para trás e vejo o quanto evoluí, o quanto cresci, o quanto me transformei. Já não sou mais aquele homem perdido e confuso que se sentava à beira do lago. Sou um ser humano mais consciente, mais autêntico, mais feliz. Encontrei meu propósito de vida, e ele me guia a cada dia, me dando força, esperança e alegria.

E você, qual é o seu propósito de vida? Já se permitiu sonhar, imaginar, criar? Já se deu a oportunidade de explorar seus talentos, paixões e valores? Lembre-se: o propósito não é algo que se encontra, mas sim algo que se constrói. E você tem o poder de construí-lo agora mesmo. Comece hoje, dê o primeiro passo, siga seu coração. E descubra a alegria de viver uma vida com propósito.

Conclusão

Lembre-se: cada jornada de autoconhecimento é única e valiosa. Permita-se crescer no seu próprio ritmo.


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