Segundo a análise do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná acumulou uma alta de 2,7% entre julho de 2023 e junho de 2024. Durante esse período, a economia do estado superou a média nacional (2,5%) e países como Espanha (2,4%), México (2,1%), Portugal (1,7%), França (1,1%), Reino Unido (0,3%) e Japão (0,1%).
Além disso, o Paraná se destaca nas exportações de mercadorias como carnes suínas, fertilizantes e óleos vegetais, superando São Paulo e Rio Grande do Sul. Em 2023, devido ao seu favorecimento geográfico, que conecta a Região Sul com outras partes do país e faz fronteira com o Paraguai e Argentina, o Paraná atingiu uma receita de U$25,2 bilhões em exportações, tornando-se o quinto estado que mais exportou do Brasil.
Com o objetivo de ampliar sua representatividade, o Paraná se tornou o terceiro estado que mais investiu em rodovias, ficando atrás apenas de São Paulo e Bahia, com uma aplicação de R$ 4,4 bilhões entre janeiro e agosto de 2024 — R$ 2 bilhões a mais do que o registrado no mesmo período de 2023.
Para Silvio Kasnodzei, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Paraná (SETCEPAR), o ano de 2024 teve pontos positivos para o setor, mas ainda há muito a ser feito. “Para os paranaenses, o aprimoramento da iluminação em algumas vias, principalmente na região de Londrina, e a retomada das concessões dos lotes pedagiados foram dois marcos importantes. Agora, precisamos que os demais lotes sejam retomados com urgência.”
Silvio destacou ainda que o setor de transportes está otimista para 2025, mas apontou a necessidade de ampliar os trechos da BR 376 e BR 277, que conectam Ponta Grossa, Guarapuava, Palmeira e se aproximam de Curitiba, conectando a capital ao porto de Paranaguá. “Estamos otimistas com as oportunidades que existem para 2025, principalmente com o estudo do complexo rodoviário no Litoral do PR, que pode viabilizar a ligação das BR 116, BR 277, BR 376 e a PR 508 e assim melhorar o acesso aos portos paranaenses. Também aguardamos ansiosamente a liberação da ponte de integração entre o Brasil e o Paraguai, além é claro, do avanço econômico”, acrescenta Kasnodzei.
Investimento federal ainda é baixo
Apesar de figurar entre os estados que mais investiram em infraestrutura logística, o Paraná é o estado da Região Sul que menos recebeu investimentos federais em 2024 para a ampliação da sua malha rodoviária. Ao todo, o estado recebeu cerca de R$ 455,4 milhões, enquanto Santa Catarina recebeu R$ 1,1 bilhão e Rio Grande do Sul R$ 2,8 bilhões.
De acordo com Silvio, a falta de infraestrutura adequada não é apenas um desafio estadual, mas nacional. “Os impactos pela falta total de estrutura rodoviária não só no Paraná, mas no Brasil, refletem em toda a cadeia produtiva. Os custos pela baixa produtividade, pela falta de segurança e pelos altos custos com manutenção são repassados aos preços do frete. No final, todos pagam essa conta criada pelo desperdício e falta de investimentos.”
Sobre o SETCEPAR:
Fundado em 1943, o Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Paraná (SETCEPAR) representa as empresas de transporte rodoviário de cargas no estado, atuando em negociações coletivas e aproximando-se das autoridades municipais, estaduais e federais, bem como da imprensa.
Com 80 anos de história, a entidade representa empresas em 265 cidades do Paraná, oferecendo aos associados serviços e eventos que buscam fomentar melhorias no transporte rodoviário de cargas local e nacional.
Com informações da Assessoria – Legenda: Duplicação em concreto entre Matinhos e Pontal do Paraná atrai 12 empresas interessadas – Foto: DER-PR
