O lançamento de produtos em parceria com influenciadores vale a pena para a indústria? Por Gustavo Alves
A mudança na forma de consumo, impulsionada não apenas pela pandemia, mas também pelo passar do tempo, fez com que o público começasse a se sentir saturado com alguns formatos tradicionais de marketing, como anúncios televisivos e banners online.
Nesse cenário, as marcas e anunciantes tiveram de encontrar novos caminhos e principalmente, avaliar aquilo que mais demandava atenção. Diante disso, os olhos estão voltados para o marketing de influência e conteúdo de qualidade, pois ambos permitem uma metrificação confiável, com desempenho de qualidade, e a um custo mais acessível comparados aos investimentos em produções e mídia tradicional
Já temos estratégia como as de media for equity, onde o influenciador se torna uma espécie de embaixador fixo da marca em troca de participação nas ações da empresa. E tudo isso nos mostra a potência que podemos explorar, trazendo visibilidade, autoridade, alcançando novos públicos e cada vez mais criando vínculo com quem queremos conversar.
No entanto, os dados recentes do estudo Influence Marketing Scope, realizado pela Scopen revelam que apenas 0,23% do faturamento das empresas é direcionado para o marketing de influência. Em média, as empresas participantes da pesquisa, que faturaram cerca de R$ 5,8 bilhões em 2022, destinaram apenas R$ 1,3 milhões para essa categoria em 2023. Isso representa uma alocação relativamente pequena de recursos para o marketing de influência, equivalente a apenas R$ 0,23 para cada R$ 100 de faturamento.
É interessante notar que, em comparação, as marcas investem mais em relações públicas (R$ 0,36) e marketing e publicidade (R$ 3,50). Esses números destacam a necessidade de uma maior conscientização sobre o potencial do marketing de influência e a importância de considerá-lo como parte integrante da estratégia de marketing das empresas da indústria.
É preciso entender que os riscos surgem de toda forma, tudo que colocamos no ar passará pelo julgamento de quem desejamos atingir. Para o conteúdo ser percebido pelo usuário com outros olhos, ele precisará se conectar com a narrativa proposta. Os valores da marca precisam estar alinhados com o influenciador para assim a conexão acontecer.
Ainda, sim, diferente de um tempo atrás, hoje temos a possibilidade de encontrar em minutos o histórico de falas ou atitudes não correspondentes com a marca, graças à tecnologia e o avanço do setor. Claro, precisamos ser humanos e entender que além do que é conteúdo de marca, esta pessoa influenciadora tem uma vida em paralelo e nada parará. Por isso, considere que os riscos são iminentes e não tem como fugir, mas podemos, sim amenizá-los.
Estratégias para controlar os riscos e cancelamentos à marca
Para que não ocorra cancelamento com sua marca, você pode contar com a visibilidade que um disaster check pode trazer. Com ele você mapeia conteúdos sensíveis, conteúdos relacionados e histórico dessa pessoa na internet, e até mesmo entender se esse influencer já fez conteúdo para concorrentes dentro da sua categoria.
Esteja ao menos preparado com os riscos mais superficiais mapeados. Com o alcance gerado pelo conteúdo, outras problemáticas podem surgir, e responder da forma correta será imprescindível. Além de contar com apoios de assessorias de imprensa em caso de gestão de crise.
Então, como escolher o influencer certo para uma parceria?
Com um olhar além dos números de seguidores, já sabemos que total de seguidores não resume os números de engajamento e principalmente a afinidade do público com a oferta em questão. Um movimento bem valorizado é a massividade aplicada com micro e nanos influenciadores, com foco no conteúdo do dia a dia e dispersão da mensagem, marcas da indústria obtêm bons resultados.
Dessa forma, antes de escolher, é preciso de um entendimento sobre canais e mensagens que o seu público mais tem proximidade, isto é, canais para compreender de onde o seu público consome o conteúdo, e mensagem para dominar o formato a ser trabalhado. Após estas definições, deve-se fazer um mapeamento de perfis correspondentes, análise dos números que interessa e por fim a negociação e operação da sua campanha. Lembre-se de monitorar os resultados e otimizar o que encontrar de oportunidade.
Por mais que o Instagram tenha sido a terceira rede social mais utilizada no Brasil em 2023, ela não está sozinha neste ranking. A variedade de canais é também uma forma de popularizar sua marca. Como apontam as tendências para 2024, o YouTube está voltando como grande potencializador de estratégias.
Por fim, vale frisar que os influenciadores podem trazer uma voz autêntica para as marcas, ajudando a criar narrativas convincentes que ressoam com os consumidores. Suas recomendações e avaliações têm o potencial de influenciar as decisões de compra dos seus seguidores, tornando-os uma poderosa ferramenta de marketing para as marcas da indústria.
*Gustavo Alves, sócio e Head de Projetos e Atendimento na KARU, agência de marketing especializada em soluções tailor made
Com informações da Assessoria – Foto: Imagem meramente ilustrativa