Não Perca: “A Duração Entre Um Fósforo e Outro” de Zulmira Correia, Vencedor do Prêmio Tato Literário, Lançado na Bienal de SP! 📚✨
“Entre portas, cicatrizes e chaves, somos carregados para dentro de uma rotina que parece sempre ter existido. Não há início, mas sim o fim. O tempo só existe porque acaba.” Trecho da apresentação do livro, assinada pela escritora capixaba Carla Guerson “A duração entre um fósforo e outro” (selo Tato Literário, 120 pág.), novo livro de poesia da escritora cearense Zulmira Correia (@zulmiracorreia__), trabalha a casa, o tempo e a memória a partir da poesia e de recursos visuais que mesclam ilustrações e rabiscos. Vencedora do Tato Literário – 1º Prêmio com.tato de Literatura Independente, promovido pela com.tato, na categoria poesia, a obra marca a estreia o selo de publicação Tato Literário, destinado aos contemplados pela premiação. O texto de apresentação do livro é assinado pela escritora capixaba Carla Guerson. Zulmira lança a obra na 27ª Bienal do Livro de São Paulo, no dia 8 de setembro, às 14h, no estande do Escreva, Garota!, onde integra a mesa de debate “Poesia contemporânea feita por mulheres”, ao lado das poetas Bruna Escaleira e Thaís Campolina. O evento acontece no Distrito Anhembi, localizado na Av. Olavo Fontoura, 1209, no bairro de Santana, na Zona Norte de São Paulo. Por meio de uma linguagem que se cruza entre a prosa poética e o verso livre, Zulmira nos leva, de forma experimental, a acompanhar os processos mentais narrativos de uma mulher que se encontra em um momento de transição: desocupar a sua casa da infância para vendê-la em dois dias, mas esse tempo acaba se dissociando na medida em que o texto se amplia. Primeiro pelos minutos, que viram horas, depois semanas. Em capítulos marcados pela passagem do tempo, a poeta cearense se funde à personagem neste processo, no qual redescobre memórias, cômodos vazios e caixas que precisa esvaziar ou encher. A autoria se utiliza de datas, horários, escrita rápida sem pontuação e elementos estéticos como desenhos e linhas que aproximam a obra à ideia de diário. Repleto de ilustrações, rabiscos e escritos à mão, os versos se fundem a isso intencionalmente. Todo o projeto gráfico de “A duração entre um fósforo e outro” foi pensado e realizado pela própria Zulmira. “Acessar esse livro, é acessar um diário, registros íntimos e subjetivos. Sou eu”, define a escritora. O tempo, a percepção de sua passagem e a rapidez das coisas se revelam como o fio condutor dos poemas do livro. Mas, sutilmente, Zulmira se afasta de marcadores temporais típicos como o relógio e o calendário e se detém no poder das lembranças e, assim, constrói um cotidiano perdido. “Eu me utilizo da expressão ‘a duração entre um fósforo e outro’, como uma unidade de medida temporal”, comenta a poeta. O que importa, então, é o processo de descoberta despertado pela necessidade de desocupar uma casa. Marcado pela subjetividade, em muitos momentos, eu-lírico e autora se fundem na obra. A poeta afirma que a ideia do livro surgiu da experiência de retornar à casa de seu avô, local onde passou muitos momentos da infância. “Os processos de retorno, não importa qual sejam, são sempre desafiadores. Olhar para a casa vazia, para os cômodos antigos, para as memórias, é sempre uma forma de resgate. Mas, muitas vezes, resgatar memórias é doloroso. Nesses processos, onde me encontro de volta?”, questiona. “A raiz do que escrevo está no lugar onde coloco o pé” Nascida em Crato, região do Cariri, no Ceará, Zulmira é escritora, designer, artista e pesquisadora. Graduou-se em Design Gráfico pela Escola de Belas Artes, UFBA (Universidade Federal da Bahia), é mestra na linha de Design e Artes Visuais pelo Programa de Pós-Graduação da UFBA/EBA, com direcionamento para livro de artista, publicações independentes e escrita expandida. Em paralelo, pesquisa os saberes, práticas e ofícios gráficos do Nordeste, em especial, do Cariri cearense, com foco em xilogravura e cordel, das cidades de Crato e Juazeiro do Norte. Em 2020, venceu o V Prêmio Cepe Nacional de Literatura, da Companhia Editora de Pernambuco, na categoria poesia, com o livro de estreia “As cartas de Maria”, sendo a autora mais jovem e única nordestina a levar o prêmio na edição. “Abissal”, seu segundo livro, saiu pela Editora Patuá no ano de 2023. Criou, em 2019, o projeto autoral Respiros Poéticos, RESPO, que expande os campos da arte visual para a literatura e design. Hoje, o projeto é uma plataforma livre de criação multidisciplinar e editora independente. A autora nasceu, cresceu e permanece vivendo na área rural da cidade, rodeada pela Chapada do Araripe. Muitas das suas narrativas de escrita estão permeadas por esse espaço. Zulmira gosta de “colocar o pé no chão e sentir o silêncio para escrever”. “Ter o pé na terra é quase como plantar raízes. É assim com a escrita. A raiz do que escrevo está no lugar onde coloco o pé.” Sobre o Tato Literário – 1º Prêmio com.tato de Literatura Independente Realizado em 2023, o Tato Literário – 1º Prêmio com.tato de Literatura Independente, promovido pela com.tato, teve como objetivo viabilizar a publicação e distribuição de obras inéditas de autores e autoras independentes. Na categoria Conto, o livro selecionado foi “Beija-flor de concreto”, do autor piauiense Andrey Jandson da Silva (@andreyjandson). Já na categoria Poesia, “a duração entre um fósforo e outro”, da cearense Zulmira Correia (@zulmiracorreia__) foi a obra vencedora. Ambos estão sendo publicados pelo selo Tato Literário, que estreia no mercado editorial com a publicação dos vencedores do concurso. A com.tato é uma agência online que tem como objetivo fortalecer a imagem de autores, autoras e editoras independentes por meio de uma comunicação humanizada e autêntica. Criada pela jornalista Karoline Lopes, a empresa passou a focar somente no mercado literário em 2022. Conta também com os sócios e jornalistas Marcela Güther e Vincent Sesering. Acesse: www.comtato.co ou siga no Instagram (@comtatocomunicacao). Confira o poema “a história do canivete” (pág.28): vovô tirava o canivete do bolso cortava laranjas e me entregava as cascas dizia que as cascas me dariam as respostas se eu jogasse elas entre uma quina e outra do telhado “Vá, faça uma pergunta. Se sim, vai ficar pregada na madeira. Se não, cai.” “Vou voltar um dia?” a casca de laranja ficou presa na ripa por isso voltei Adquira “A duração entre um fósforo e outro”, via site da Com.tato Comunicação: |
|
|
|
Com informações da Assessoria – Foto: Zulmira Correia