Boletim Logístico: impacto do milho e alta nas importações de fertilizantes
Boletim Logístico: impacto do milho e alta nas importações de fertilizantes
O Boletim Logístico de julho, divulgado nesta quarta-feira (23) pela Conab, revelou dois destaques principais: o avanço da colheita do milho segunda safra, que pressiona o setor de transportes, e o aumento nas importações de fertilizantes, indicando otimismo dos produtores rurais com a próxima temporada agrícola.
Colheita do milho aumenta pressão sobre o transporte rodoviário
O início da colheita da safrinha intensificou o fluxo logístico nas regiões produtoras, provocando variações nos preços de frete. Em estados como Goiás, Mato Grosso, São Paulo, Maranhão e Mato Grosso do Sul, foram observadas elevações nos valores praticados, reflexo da maior demanda por caminhões para escoamento do milho e da soja estocada.
Por outro lado, Bahia e Paraná apresentaram redução em algumas rotas, com queda puxada pela ampla oferta de transportadores. Já Minas Gerais e Piauí registraram estabilidade nos preços, com pequenas oscilações pontuais. A expectativa, segundo a Conab, é que a pressão sobre o transporte continue nos próximos meses, dada a necessidade de escoar grandes volumes da safra atual e da que está por vir.
Fertilizantes: alta nas importações reforça confiança do produtor
Mesmo com um cenário internacional volátil, os agricultores brasileiros intensificaram as compras de insumos. As importações de fertilizantes somaram 19,41 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2025, alta de 9,29% em relação ao mesmo período de 2024. O porto de Paranaguá lidera com 5,14 milhões de toneladas, seguido pelos portos do Arco Norte e de Santos.
Esse aumento sinaliza a confiança dos produtores em relação às próximas safras e ao planejamento antecipado para garantir produtividade. A Conab observa que o movimento acontece mesmo diante das incertezas no mercado global de insumos.
Soja e milho: desempenho nas exportações
As exportações de soja totalizaram 13,42 milhões de toneladas em junho, com leve retração em relação a maio. Ainda assim, o Brasil mantém posição estratégica no cenário global, impulsionado pela resistência chinesa ao produto dos EUA e pela menor competitividade da Argentina. Os portos do Arco Norte lideraram os embarques (38,5%), seguidos por Santos (36,9%).
No caso do milho, as exportações de junho foram de 6,4 milhões de toneladas, abaixo do registrado no mesmo mês de 2024. Os principais portos exportadores foram Santos, São Francisco do Sul, Arco Norte, Paranaguá e Rio Grande. Internamente, o excesso de oferta, a gripe aviária e os desafios logísticos desaceleraram as negociações, embora a demanda do setor de proteína animal e a produção de etanol possam sustentar a valorização nos próximos meses.
Farelo de soja e escoamento
A produção de farelo de soja segue forte, impulsionada pelo aumento no esmagamento do grão para obtenção de óleo. A estimativa é de uma produção total de 43,78 milhões de toneladas em 2025. Entre janeiro e junho, as exportações somaram 11,5 milhões de toneladas, com alta frente ao mesmo período de 2024.
Os principais portos de escoamento foram Santos, Paranaguá, Rio Grande e Salvador. As origens se concentram em estados como Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás, reforçando a capilaridade logística do agronegócio nacional.
Sobre o Boletim Logístico
O Boletim Logístico da Conab é publicado mensalmente e reúne dados de dez estados produtores. Ele oferece uma visão abrangente sobre os gargalos logísticos, preços de frete, desempenho das exportações e principais rotas utilizadas no escoamento das safras. A edição de julho de 2025 está disponível para consulta gratuita no site da Companhia.
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Fonte: Gerência de Imprensa – Conab
Com informações da Assessoria – Imagem gerada por IA