Itaipu Binacional é muito mais do que uma imensa obra de engenharia: é uma referência em geração de energia, um atrativo turístico e um caso complexo de relações binacionais e impactos socioambientais. Abaixo, reunimos 10 curiosidades e informações essenciais para entender por que Itaipu é considerada a maior usina do Brasil e uma das mais importantes do mundo.

História resumida: quando começou e quem construiu

A história de Itaipu combina diplomacia, engenharia e grande mobilização industrial. Segue uma cronologia com os marcos principais e os atores envolvidos na construção:

Cronologia — marcos principais

• 22 de julho de 1966 — Assinatura da “Ata do Iguaçu”, primeiro acordo que registrou o interesse conjunto do Brasil e do Paraguai em estudar o aproveitamento do rio Paraná.
• 26 de abril de 1973 — Assinatura do Tratado de Itaipu em Brasília, instrumento jurídico que autorizou o empreendimento binacional e definiu as bases da cooperação entre os países.
• 17 de maio de 1974 — Criação da entidade Itaipu Binacional para administrar a obra e a futura operação da usina.
• Janeiro de 1975 — Início efetivo das obras de construção da barragem e estruturas associadas.
• 14 de outubro de 1978 — Desvio do leito do rio Paraná, etapa essencial que permitiu a construção da barragem no leito seco.
• 13 de outubro de 1982 — Início do enchimento do reservatório (formação do Lago de Itaipu).
• 5 de maio de 1984 — Entrada em operação da primeira unidade geradora; a partir dessa data a usina começou a produzir energia comercialmente.
• 1984–1991 — Comissionamento progressivo das primeiras 18 unidades geradoras.
• 2006–2007 — Operação das duas unidades finais (conhecidas como 19/20 ou 9A/18A em algumas referências), que elevaram a capacidade instalada para 14.000 MW.

Quem projetou e quem construiu

Os estudos de viabilidade e o projeto inicial foram realizados por um consórcio internacional de engenharia, com destaque para a italiana ELC Electroconsult e a americana IECO. A construção civil foi executada por um grande consórcio formado por empresas brasileiras e paraguaias — entre as empresas brasileiras mais citadas nas obras estão Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Mendes Júnior, além de várias empreiteiras menores e fornecedoras de equipamentos. A obra também mobilizou centenas de fornecedores internacionais e milhares de trabalhadores.

Esses marcos mostram por que Itaipu é vista como um projeto de escala continental: envolveu decisões diplomáticas, transferência de tecnologia e uma logística de construção sem precedentes na região.

1. Localização e natureza binacional

A usina está situada no rio Paraná, na fronteira entre Brasil e Paraguai, entre as cidades de Foz do Iguaçu (PR) e Ciudad del Este (PY). Sua propriedade e gestão são compartilhadas pelos dois países, o que faz de Itaipu um exemplo de cooperação internacional em infraestrutura.

2. Capacidade instalada e configuração das turbinas

Itaipu conta com 20 unidades geradoras de 700 MW cada, totalizando 14.000 MW de capacidade instalada. Uma característica técnica curiosa é a operação em duas frequências elétricas: metade das turbinas opera em 50 Hz (Paraguai) e a outra metade em 60 Hz (Brasil), exigindo sistemas complexos de conversão e sincronização.

3. Recordes de geração

A usina já registrou marcas históricas de produção anual. Mesmo com variações sazonais em função do regime de chuvas, Itaipu permanece entre as maiores produtoras de energia elétrica do planeta. Em anos recentes, a usina registrou produções na ordem de dezenas de milhões de MWh por ano.

4. Dimensões e infraestrutura

A barragem principal tem altura comparável a um prédio de mais de 60 andares, e o vertedouro possui vazões máximas que superam em muito a média das Cataratas do Iguaçu. As obras civis e os equipamentos fazem do complexo uma das maiores construções do Brasil.

5. Impactos socioambientais e reassentamento

A construção provocou transformações significativas: deslocamento de comunidades, alteração da paisagem e mudanças na dinâmica ecológica do Alto Paraná. Paralelamente, Itaipu mantém programas de conservação, pesquisa e mitigação, que incluem projetos ambientais e iniciativas de sustentabilidade.

6. Turismo e educação

O complexo recebe visitantes interessados na engenharia, na história e na paisagem. Há circuitos turísticos e visitas técnicas que mostram desde a casa de força até centros interpretativos. A visita a Itaipu costuma ser combinada com passeios às Cataratas do Iguaçu, formando um roteiro imperdível na região.

7. Programas ambientais e pesquisas

Além das medidas compensatórias, Itaipu investe em programas ambientais que incluem recuperação de áreas, pesquisa de fauna e flora e ações voltadas para a sustentabilidade local. Esses projetos buscam reduzir passivos ambientais e promover desenvolvimento socioambiental.

7.1 projetos de conservação

Programas como manejo florestal, monitoramento de espécies e pesquisas científicas são exemplos de esforços que acompanham a operação da usina.

8. Influência econômica na região

A usina impulsionou a economia local: da geração de empregos diretos durante a construção até atividades turísticas e prestação de serviços que surgiram nas cidades da fronteira. A presença de Itaipu ajudou a consolidar Foz do Iguaçu como polo regional.

9. Geopolítica e acordos binacionais

Como ativo compartilhado, Itaipu aparece periodicamente em discussões políticas e diplomáticas entre Brasil e Paraguai. A repartição de benefícios, a revisão de contratos e a governança do empreendimento são temas que exigem negociação constante entre os dois países.

10. Curiosidades rápidas que valem lembrar

• Vazão do vertedouro: pode chegar a mais de 60 mil m³/s, capacidade muito superior à vazão média das Cataratas do Iguaçu.
• Trabalhadores: milhares de pessoas participaram das obras durante o auge da construção.
• Produto histórico: Itaipu é referência em produção acumulada, sendo uma das usinas com maior geração na história.

Fontes e leitura adicional

As principais fontes consultadas para esta matéria (com links diretos):

• Itaipu Binacional — site oficial (história institucional, dados técnicos e comunicados).
• Tratado de Itaipu (26 de abril de 1973) — PDF oficial (documento que regeu a criação do empreendimento).
• Itaipu Dam — Wikipedia (em inglês) (resumo histórico, cronologia e dados técnicos).
• Turismo Itaipu — portal oficial de visitas (informações sobre roteiros e visitação).
• H2FOZ — reportagem sobre a produção de 67 milhões de MWh em 2024 (dados de geração recente).
• Comunicado Itaipu — balanço de produção 2024 (release institucional).
• GI Hub — estudo de caso sobre Itaipu (informações sobre governança e construção).
• Folha do Litoral — cobertura sobre produção 2024 (reportagem de resumo).

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