Portal Blog do Lago

Portal de Notícias da Tríplice Fronteira, com ênfase nas notícias e acontecimentos mais importantes da micro região oeste do Paraná: Foz, STI e SMI.
Dólar Comercial Bate Recorde de Valorização: Entenda os Fatores e Impactos

    O dólar comercial se valorizou novamente frente ao real no último fechamento de mercado, influenciado por fatores externos e domésticos. Este é o segundo recorde consecutivo de valorização da moeda, desde março de 2023. Hoje, a cotação comercial do dólar é de R$5,30 – um incremento de 0,20% em relação ao dia anterior.

    Fatores Internacionais que Influenciam a Cotação do Dólar

    O cenário internacional está na conta da escalada da cotação, com tensão diante de expectativas sobre a nova presidente eleita no México, Claudia Sheinbaum, e dados diversos da economia dos Estados Unidos, que indicam um mercado menos aquecido que o esperado. O dado de criação de vagas no mercado de trabalho dos Estados Unidos caiu em maio, o que pode representar a fotografia de uma economia com queda de juros no horizonte.

    A eleição de Claudia Sheinbaum no México trouxe um clima de incerteza que se refletiu nas moedas de mercados emergentes, incluindo o real brasileiro. Além disso, a queda nos dados de emprego dos EUA gerou expectativas de que o Federal Reserve (Fed) possa adotar uma política monetária mais branda, com possíveis cortes nas taxas de juros no futuro próximo. Esses fatores contribuem para a valorização do dólar como um ativo de segurança.

    Tensão na Economia Brasileira

    Há uma tensão que se estende também sobre a economia brasileira. Dúvidas sobre o cumprimento da meta de déficit fiscal por parte do governo federal, além de possíveis altas da inflação nacional, levam o investidor a optar pelos Treasuries – os títulos públicos nos Estados Unidos – que, ainda com juros menores, são uma opção mais segura para se investir.

    O cumprimento da meta de déficit fiscal tem sido um desafio para o governo, que enfrenta dificuldades em equilibrar as contas públicas. A incerteza fiscal e a inflação afetam diretamente a confiança dos investidores, resultando em uma maior demanda por ativos mais seguros, como os Treasuries americanos. Essa movimentação aumenta a pressão sobre o real e favorece a valorização do dólar.

    Commodities em Queda e Impacto na Economia Brasileira

    Os preços do minério de ferro e do petróleo continuaram um fator de peso nas cotações, após se desvalorizarem e impedirem uma maior entrada de divisas internacionais no país. O Brasil é exportador dessas commodities, e suas cotações influenciam diretamente a balança comercial e o fluxo de capital estrangeiro.

    A desvalorização das commodities reduz as receitas de exportação do Brasil, limitando a entrada de dólares no país. Isso contribui para a pressão sobre a taxa de câmbio, dificultando ainda mais o controle da inflação e a estabilidade econômica.

    Euro Também em Alta

    Além do dólar, o euro comercial seguiu na terceira alta consecutiva da semana e está cotado a R$5,76. As incertezas econômicas na Europa e a busca por segurança por parte dos investidores têm impulsionado a valorização da moeda europeia. A instabilidade política e econômica em vários países da zona do euro aumenta a procura por ativos considerados mais seguros, como o próprio euro e o dólar.

    Análise de Mercado e Perspectivas

    As cotações são da companhia Morningstar, que acompanha de perto as movimentações do mercado financeiro global. A valorização do dólar e do euro frente ao real reflete um cenário de incertezas e desafios tanto no âmbito internacional quanto no doméstico. As expectativas de políticas monetárias mais flexíveis nos EUA e a instabilidade fiscal no Brasil são fatores determinantes para as cotações atuais.

    Para os próximos meses, a tendência é de que as moedas estrangeiras continuem em alta, especialmente se as incertezas econômicas persistirem. Os investidores devem ficar atentos às políticas monetárias do Federal Reserve e às medidas fiscais adotadas pelo governo brasileiro, que poderão influenciar significativamente o mercado cambial.

    Com informações do Brasil 61 – Foto: divulgação