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Impacto das Queimadas na Energia ElĂ©trica: Descubra os Dados Alarmantes de 2023! đŸ”„âšĄ

    Nos perĂ­odos de seca, as queimadas e incĂȘndios, alĂ©m de afetarem a fauna e a flora, tambĂ©m impactam o fornecimento de energia elĂ©trica. Somente em 2023, o Brasil registrou 47 mil interrupçÔes de energia elĂ©trica provocadas por incĂȘndios e queimadas, segundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia ElĂ©trica (Abradee) com base em dados da AgĂȘncia Nacional de Energia ElĂ©trica (Aneel).

    O estudo aponta que o nĂșmero de casos contabilizados em 2023 Ă© 21% maior em comparação a 2022 e quatro vezes maior do que os registros de 2019 – que teve 22.349 casos.

    Segundo a Abradee, atĂ© abril de 2024, o paĂ­s somou 18.107 interrupçÔes de eletricidade, correspondendo a 38% do total de ocorrĂȘncias do ano passado. Em nota, a Abradee considerou o cenĂĄrio preocupante.

    A  pesquisa da Abradee aponta, ainda, que os meses de agosto, setembro e outubro apresentaram os maiores nĂșmeros de falhas na rede ocasionadas pelos incĂȘndios (de 2018 atĂ© abril de 2024). A Abradee afirma, em nota, que o perĂ­odo seco, com baixa umidade, propicia condiçÔes favorĂĄveis Ă s queimadas e incĂȘndios e a ação dos ventos contribui para propagar as chamas – o que pode impactar as redes de distribuição e transmissĂŁo de energia. 

    O presidente da Abradee, Marcos Madureira, destaca que alĂ©m das queimadas provocadas por pontas de cigarro ou fĂłsforos jogados na vegetação seca e por balĂ”es soltos nessas ĂĄreas, o desmatamento e as limpezas de terrenos utilizando o fogo tambĂ©m sĂŁo pontos de atenção que contribuem para o aumento de casos. Ele salienta que, agora, no perĂ­odo seco, hĂĄ maior chance dessas ocorrĂȘncias.

    “Esse fogo perde seu controle e termina atingindo as instalaçÔes elĂ©tricas, colocando tambĂ©m em risco, alĂ©m das instalaçÔes elĂ©tricas, residĂȘncias e outras atividades, EntĂŁo essa Ă© a razĂŁo que a gente entende porque isso estĂĄ acontecendo. Sem dĂșvida, estamos vivendo anos mais secos, onde a vegetação estĂĄ mais seca, o que favorece que possa acontecer o aumento desse tipo de atividade”, pontua Madureira.

    Confira a relação das interrupçÔes de energia por região:

    Mato Grosso do Sul

    Segundo o Boletim #5, do governo federal, somente entre 22 e 28 de julho, a ĂĄrea queimada no pantanal aumentou em 67.675 mil hectares.

    Em nota, a Energisa Mato Grosso do Sul (Energisa-MS), principal empresa de distribuição e geração de energia do estado, afirmou que a população deve se atentar ao impacto das queimadas no MS no fornecimento de energia elĂ©trica. “Fogo em ĂĄreas urbanas e rurais pode danificar cabos condutores, postes, equipamentos do sistema elĂ©trico e causar a interrupção no fornecimento da energia”, diz um trecho da nota. 

    A Energisa-MS atende 74 dos 79 municĂ­pios do MS. E, dados da  concessionĂĄria, apontam que em 2023, na ĂĄrea em que atua, foram registradas 15 ocorrĂȘncias de queimadas que causaram a interrupção no fornecimento de energia para 15.709 clientes. Em 2024, atĂ© julho, foram 24 ocorrĂȘncias e 6.262 clientes impactados – correspondendo a 39% do total registrado em 2023 no interior.

    Entre os consumidores impactados com a interrupção de energia recente estĂŁo os membros da Igreja Batista FiladĂ©lfia, localizada em Campo Grande (MS) – municĂ­pio atendido pela Energisa-MS, entre eles, a estudante Maria Eduarda JucĂĄ Ojeda, 18 anos.

    Ela conta que a falta de energia na igreja foi provocada por queimadas na regiĂŁo. Segundo ela, as atividades da igreja ficaram impedidas de acontecer no sĂĄbado, 27 de julho, por mais de 1h. A energia foi restabelecida pelo uso de gerador, mas a interrupção de luz se prolongou ao longo dos dias.

    “No dia que aconteceu ia ter especificamente uma atividade que precisava majoritariamente de luz elĂ©trica. As atividades foram interrompidas porque nĂŁo tinha como. Acho que ficou uma hora ou quase uma hora sem luz e deu uma enrolada nas atividades. Mas depois eu acho que eles conseguiram um gerador ou alguma outra fonte de energia para fazer funcionar a comunidade. Acabou que deu tudo certo, mas ao longo dos dias ainda persistiu essa problemĂĄtica”, relata Ojeda.

    Segundo a Energisa-MS, o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima/MS  (Cemtec/MS) apontou que a tendĂȘncia climĂĄtica para o trimestre julho-agosto-setembro tem maiores chances de chuvas abaixo da mĂ©dia histĂłrica no estado sul-matogrossense.

    Prevenção

    Segundo a Energisa-MS, hå situaçÔes que devem ser evitadas, com vistas a prevenir os impactos das queimadas. Confira:

      • NĂŁo queime lixo domĂ©stico; 

     

      • NĂŁo inicie queimadas para limpar pastagem ou plantio agrĂ­cola; 

     

      • Evite acender fogueiras, principalmente prĂłximo Ă  rede elĂ©trica;

     

      • NĂŁo solte balĂ”es;

     

      • Apague as cinzas da fogueira com ĂĄgua (impossibilita que o vento leve as brasas para matas);

     

      • Jamais jogue pontas de cigarro ou fĂłsforos acesos em lixeiras, Ă s margens de rodovias ou perto de qualquer tipo de vegetação.

     

    O presidente da Abradee, Marcos Madureira, reforça que assim que os moradores notarem focos de incĂȘndio devem comunicar Ă s autoridades. 

    “Informar sobre qualquer sinal de um incĂȘndio florestal, isso o consumidor pode fazer tanto ligando para o Corpo de Bombeiros quanto para a Distribuidora de Energia ElĂ©trica nos telefones emergenciais que existem em cada estado, para que possa estar relatando, quanto mais rapidamente, e as brigadas de incĂȘndio possam tomar ciĂȘncia do inĂ­cio de uma queimada. Rapidamente poderĂŁo conter e, assim, evitar que isso se propague”, pontua Madureira.

    Ele tambĂ©m afirma que os cidadĂŁos devem ficar atentos Ă queles que provocam incĂȘndio para comunicar Ă s autoridades policiais. “SĂŁo crimes contra o meio ambiente, contra a população, jĂĄ que esses incĂȘndios terminam causando danos muito grandes Ă  sociedade”, diz Madureira.

    “Realizar queimadas prĂłximas Ă s linhas de transmissĂŁo constitui crime federal previsto no Decreto 2.661, de julho de 1998, que proĂ­be atear fogo numa faixa de 15 metros dos limites de segurança das linhas de transmissĂŁo de energia e de 100 metros ao redor das subestaçÔes”, diz trecho na nota da Energisa-MS.

    Com informaçÔes do Brasil 61 – Foto: Imagem meramente ilustrativa