Metrô de SP anuncia Monotrilho Sem Operadores: O Futuro do Transporte Urbano 🚄🔧
Os trens do monotrilho da linha 15-Prata não vão mais contar com a presença de funcionários da operação (OTs – Operadores de Trens).
A partir de agosto de 2024, passa a operar um sistema de automação total, mas segundo o Metrô, a retirada dos operadores será gradativa, não vão ser retirados os funcionários de uma vez e não haverá demissões (veja nota na íntegra ao fim da reportagem)
O comunicado foi feito na última semana por e-mail aos empregados pelo Metrô e chegou ao Diário do Transporte.
Os trens do monotrilho já operam sem a figura de um “condutor” numa cabine fechada, presente, por exemplo, nas linhas estatais de metrô de maior capacidade: 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha.
No entanto, sempre há um funcionário da operação fisicamente nos trens da linha 15-Prata.
Na prática, atualmente, mesmo com os trens do monotrilho não tendo um “condutor” como os passageiros comuns estão habituados a ver, estes funcionários na linha 15-Prata são operadores de trens, exatamente da mesma categoria e formação dos trabalhadores que atuam nas linha 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha.
De acordo com o comunicado, a retirada destes trabalhadores vai ocorrer porque a linha via operar no sistema GoA4, com nível total de automação, e que isso já estava previsto desde a implatantação.
Na mensagem aos trabalhadores, o Metrô ainda usa como exemplo a linha 4-Amarela, concedida à ViaQuatro, que, ainda de acordo com a empresa, já conta com os trens com nível total de automação.
A Fenametro (Federação Nacional dos Metroviários) vê com preocupação a medida e acredita que não é a opção mais segura para os passageiros retirar os operadores de dentro dos trens do monotrilho.
“A última camada de segurança precisa ser mantida, ou seja, o monitoramento humano em campo, principalmente em um sistema que fica a mais de 15 metros de altura, em que no caso de atendimento emergencial de algum passageiro, é imprescindível que um funcionário esteja no local. Aguardar alguém chegar de alguma estação até o local da ocorrência pode resultar em um acidente fatal ou o mal súbito se agravado também para um caso fatal” disse ao Diário do Transporte, o coordenador de imprensa da Fenametro, Alex Santana, que ainda acrescentou que na linha 4 ficam funcionários com treinamento para operar trem em cada uma das composições.
“Na verdade, na linha 4, os seguranças que vemos fazem todas as funções, tanto de estação, da própria segurança, operam trens e fazem pequenas atuações que seriam da manutenção. Estes seguranças têm treinamento de trens e ficam em pé dentro da composição, atendendo qualquer tipo de ocorrência, inclusive operar em manual, se for necessário” – disse.
O Diário do Transporte procurou o Metrô de São Paulo que garante que não há risco à segurança e que não haverá demissões de trabalhadores da estatal.
A Linha 15-Prata vai começar a operar gradativamente em sistema UTO (Unnattended Train Operation), em que os trens funcionam de forma segura, sem atuação do operador de trem embarcado, em sistema semelhante ao já utilizado na Linha 4-Amarela, por exemplo, e para o qual a Linha 15-Prata foi projetada.
Foi isso que o Metrô planejou e o cidadão espera – transporte com tecnologia de ponta, seguro e de acordo com os mais modernos padrões globais. A operação está em acordo com o projeto da linha, cujas composições e sistemas foram desenvolvidos para o funcionamento totalmente remoto, como já acontece em outros monotrilhos do mundo e até mesmo em linhas de metrô convencional.
Ao longo de seus 50 anos de operação, o Metrô mantém a segurança do passageiro como premissa inegociável e, para chegar a essa fase de operação na Linha 15, o sistema de controle está dotado do GoA4, com todas as garantias de segurança para esse tipo de sistema, que mantém o controle da operação e dos trens no Centro de Controle Operacional (CCO/CC15), com acesso a todos os recursos para comunicação com o passageiro.
Nessa primeira fase, o Metrô vai contar com os operadores ainda dentro do trem e tudo vai evoluir gradativamente a partir do monitoramento e comportamento do sistema, que já vem sendo testado exaustivamente pelo Metrô. As estações também contarão com operadores especializados.
Importante ressaltar também que nenhum operador perderá o emprego, pois seguirão atuando na própria Linha 15 ou serão remanejados para as demais linhas operadas pelo Metrô, conforme solicitação dos próprios empregados.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Com informações do Diário do Transporte – Foto: ADAMO BAZANI