Descubra os Direitos dos Autistas
A partir do diagnóstico, as pessoas com autismo têm direitos garantidos por lei no Brasil. Isso vai desde preferência nas filas de espera até isenção de impostos como o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), por exemplo. Mas nem todos os autistas conhecem os direitos que têm e nem sempre esses direitos são respeitados. Por isso, as advogadas Vanessa Fioreze, especialista em direito da saúde e autismo, e Morena Silveira, especialista em direito da família, decidiram promover uma ação que gere um benefício coletivo no “Abril Azul”, mês de conscientização sobre o autismo.
No dia 26 de abril, sexta-feira, às 19h, elas irão realizar uma palestra gratuita, aberta à comunidade, sobre os direitos dos autistas em diversas situações: tratamento de saúde, educação inclusiva, isenção de impostos, atendimento prioritário, proteção contra discriminação e bullying, redução de jornada de trabalho e ambiente de trabalho inclusivo. A palestra será no auditório do Edifício Torre Marechal, no centro de Foz.
“O pedido que mais recebo no escritório é de amparo judicial para que o autista consiga o tratamento que precisa pelo SUS ou mesmo pelos planos de saúde,” explica a advogada Vanessa Fioreze.
O autismo é um distúrbio caracterizado pela alteração das funções do neurodesenvolvimento do indivíduo, interferindo na capacidade de comunicação, linguagem, interação social e comportamento.
Em Foz, há uma rede que atende pessoas com deficiência pelo SUS, incluindo os autistas. A fila de acolhimento para terapias é grande: cerca de 1.000 pessoas aguardam por uma vaga. A regulação é feita pelo Centro Especializado em Reabilitação (CER-IV) que oferece terapias nas áreas de reabilitação física, auditiva, intelectual e visual. De acordo com a gerente do CER IV, Caroline Ribeiro, o espaço “atende acima da capacidade” e a “terapêutica já começa no acolhimento”. Segundo ela, a família é sensibilizada a participar do “Conhecer”, iniciando o treinamento dos pais para manejo dessas crianças “até que as terapias propriamente ditas sejam iniciadas.”
Em relação aos planos de saúde o que ocorre, muitas vezes, é a alegação de que o tratamento especializado está disponível, quando, na realidade, não está. Foi isso que Nathália Santiago Orenha Dobes, 32, descobriu no pior momento da vida. O primeiro filho, Vicente, não dormia direito, o que trouxe exaustão e desencadeou questões emocionais nela e no marido. Com pouco mais de um ano, o bebê também parou, inesperadamente, de falar as palavras que vinha falando. Surgiu a desconfiança de que poderia haver alguma questão de saúde a ser investigada. Depois de passar por especialistas, o menino recebeu o diagnóstico de autismo nível 2.
“Foi um baque,” reconhece a mãe. Era necessário iniciar uma maratona de terapias para auxiliar no desenvolvimento do menino. E foi neste momento que o plano de saúde deu para trás. “Começamos a procurar profissionais adequados e o plano alegava que teria que ser particular,” conta Nathália. O tratamento do Vicente, como de tantas outras crianças autistas, incluía terapias cinco vezes por semana com fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional e psicopedagogo. Com as negativas do plano de saúde, a família se afundou em dívidas. Pelas contas da Nathália, no ano passado, os gastos com tratamento chegaram a R$ 70 mil.
A família procurou a advogada Vanessa Fioreze em busca de ressarcimento e da obrigatoriedade de que o plano de saúde assumisse as despesas. Depois de nove meses de tentativas na justiça, saiu a liminar. Foram mais seis meses até que a decisão judicial fosse cumprida. “E ainda precisamos provar que as clínicas que eles indicavam não estavam aptas ao tratamento”, lamenta.
Em casos de crianças autistas filhas de pais separados, é preciso alinhar tudo isso com uma rotina em transformação. “Na maioria das vezes, há alto gasto com terapias e isso precisa ser alinhado entre o casal,” reforça a advogada Morena Silveira especialista em direito da família. De acordo com ela, quando a família não consegue arcar com os gastos e comprova que tem condição financeira insuficiente, surge o direito de receber o Benefício de Prestação Continuada (BPC) junto ao governo federal.
A inserção da criança autista na escola regular é outro direito garantido por lei e, segundo Dra. Vanessa Fioreze, no ano passado, aumentou a pena para quem comete bullying contra autistas em sala. “Quem responde são os pais ou os responsáveis legais,” alerta a advogada, “e a pena pode chegar a três anos de reclusão.” Escolas que negam matrícula a autistas também podem responder na Justiça. Casos em que adultos recebem diagnóstico e são demitidos do trabalho são considerados atos discriminatórios e se caracterizam como crime hediondo, por envolver pessoa com deficiência.
Com 24 mil seguidores no Instagram, a responsável pelo perfil @teaemfamilia defende que “conhecer os direitos dos autistas é tão importante quanto conhecer o transtorno”. Psicopedagoga, Daniele Alvez é mãe do Rafael, de 10 anos, que recebeu diagnóstico de autismo
SERVIÇO
PALESTRA: CONEXÕES ATÍPICAS – FAMÍLIAS, AUTISMO, TDAH E SEUS DIREITOS
DATA: 26/04/2024
HORA: 19H
LOCAL: AUDITÓRIO EDIFÍCIO TORRE MARECHAL (ANDAR TÉRREO)
ENDEREÇO: R. Mal. Floriano Peixoto, 960 – Centro, Foz do Iguaçu
INFORMAÇÕES: 45 99117-1423
LUGARES LIMITADOS
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